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Por um clima positivo

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Veículos Elétricos: A Mobilidade Urbana na Pauta da Sustentabilidade

O número de veículos elétricos nas estradas do mundo atingiu recorde no ano passado, uma ótima notícia para aqueles que lutam para reduzir a dependência de combustíveis fósseis que prejudicam o clima global. No entanto, com a crescente popularidade dos carros elétricos, surgem perguntas sobre sua verdadeira sustentabilidade. Um dos pontos de preocupação é o fato de que as baterias dos veículos elétricos são carregadas com energia proveniente da rede elétrica, que frequentemente é alimentada por combustíveis fósseis. Além disso, há preocupações sobre o uso intensivo de energia para construir um veículo elétrico ou uma bateria em comparação com um veículo tradicional.

Embora ainda haja um longo caminho a percorrer antes que os veículos elétricos atinjam seu potencial total em termos de sustentabilidade, especialistas concordam que eles criam uma pegada de carbono menor ao longo de sua vida útil em comparação com carros e caminhões com motores de combustão interna tradicionais. De acordo com pesquisadores das universidades de Cambridge, em 95% do mundo, dirigir um carro elétrico é melhor para o meio ambiente do que dirigir um carro movido a gasolina. Apesar disso, ainda há trabalho a ser feito. A maioria das redes elétricas em todo o mundo ainda depende de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, para gerar energia, o que significa que os veículos elétricos ainda dependem dessas fontes para serem carregados. Além disso, a produção de baterias elétricas continua sendo um processo intensivo em energia.

Embora os veículos elétricos sejam uma opção mais ecológica em comparação com carros e caminhões com motores de combustão interna, ainda há trabalho a ser feito para garantir que o setor de transporte seja verdadeiramente sustentável.

 

VEs Têm Potencial Para Reduzir Emissões de Carbono, Mas Ainda Enfrentam Desafios na Produção e Carregamento de Baterias

 

A indústria automotiva está se movendo rapidamente em direção à eletrificação, mas a produção de baterias para esses veículos é um desafio complexo. De acordo com um artigo do Washington Post, a China tem 93 gigafábricas produzindo células de bateria de íon-lítio, enquanto os EUA têm apenas quatro. No entanto, a fonte de energia usada nessas fábricas faz uma enorme diferença na pegada de carbono dos veículos elétricos. As fábricas mais antigas na China geralmente são alimentadas por combustíveis fósseis, o que significa que os veículos elétricos construídos com baterias dessas fábricas terão grandes pegadas de carbono. A pegada de carbono é uma medida que quantifica a quantidade de gases de efeito estufa emitidos por um determinado produto, processo ou atividade. No caso dos carros elétricos, a pegada de carbono leva em consideração não só as emissões diretas de CO2 durante o uso do veículo, mas também as emissões indiretas associadas à produção e distribuição da eletricidade utilizada para carregar as baterias.

Felizmente, isso está mudando. Consumidores em todo o mundo estão começando a perceber a enorme pegada de carbono deixada pela produção de baterias e estão trabalhando para mudar isso. De acordo com George Crabtree, diretor do Centro Conjunto para Pesquisa de Armazenamento de Energia do Departamento de Energia dos EUA, as baterias fabricadas em unidades de produção mais antigas na China geralmente são alimentadas por combustíveis fósseis porque essa era a tendência de cinco a dez anos atrás. Atualmente, no entanto, há uma mudança em direção a fontes de energia renováveis.

Além disso, a produção de baterias levanta outras questões importantes, como práticas de mineração antiéticas e ambientalmente insustentáveis e a natureza geopolítica complexa da cadeia de suprimentos. Os países não querem depender de outras nações para obter matérias-primas como cobalto e lítio ou mesmo para adquirir baterias acabadas, uma vez que a mineração dessas matérias-primas provavelmente será a última a ser descarbonizada.

Outra questão importante é a reciclagem de baterias. Atualmente, muito poucas células de bateria gastas são recicladas. No entanto, isso pode mudar com o tempo, pois as matérias-primas necessárias para a produção de baterias são limitadas, deixando as empresas sem escolha a não ser reciclar. A maioria das montadoras já está trabalhando para garantir que tenham uma capacidade significativa de reciclagem antes que os veículos elétricos cheguem ao fim da vida útil na próxima década.

A boa notícia é que a descarbonização em vários setores – principalmente o energético – pode reduzir ainda mais o impacto ambiental da produção e carregamento de VEs. Espera-se que, com a limpeza da rede elétrica, as emissões dos VEs possam ser reduzidas em 75% até 2050.

 

Transição Para Carros Elétricos Exige Políticas Integradas

 

Embora a adoção de veículos elétricos (EVs) seja vista como uma solução para a luta global contra as mudanças climáticas, os especialistas concordam que é apenas uma parte da equação. É necessária uma mudança social mais ampla que promova o uso de transporte público e meios alternativos de transporte, como bicicletas e caminhadas, reduzindo assim, o uso de veículos particulares.

Essa transição para um futuro mais sustentável requer uma política financeira sólida e planejamento governamental de longo prazo. Segundo pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), atualmente existem cerca de 1,2 bilhão de carros movidos a combustível nas estradas globalmente, número que deve aumentar para entre 1,8 bilhão e 2 bilhões até o final da década. Comparativamente, existem apenas cerca de 10 milhões de veículos elétricos atualmente. Mesmo que todos os carros movidos a gasolina fossem substituídos por EVs, ainda haveria muitas emissões desses veículos plug-in devido ao grande volume em circulação. Portanto, além da adoção de veículos elétricos, é necessário um esforço coordenado para reduzir drasticamente o número de carros nas estradas e impulsionar alternativas como o transporte público.

As políticas governamentais são cruciais para alcançar essa mudança social. Elas devem incentivar a adoção de veículos elétricos, promover a construção de infraestrutura de recarga de bateria em todo o país e incentivar o uso de transporte público e meios alternativos de transporte. Também devem incluir a implementação de regulamentações rigorosas para garantir que a produção de baterias seja ambientalmente sustentável e ética.

Programas de governo devem também priorizar a redução das desigualdades sociais e econômicas. A transição para um futuro mais sustentável não pode ser alcançada às custas daqueles que já sofrem com a pobreza e a exclusão social. É preciso garantir que as políticas para a mudança social sejam justas e inclusivas, para que todos possam se beneficiar da transição para um futuro mais sustentável.

 

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