Na esteira da Cimeira Climática COP28, cerca de 60 regiões, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, expressam apoio à ambiciosa meta de triplicar a capacidade global de energia renovável para atingir 11 terawatts (TW) até 2040. Destacando a transmissão como peça fundamental nesse desafio, a análise realizada em colaboração com pesquisadores do Dartmouth College, Simon Fraser University, University College London e Climate Compatível Growth ressalta a importância de otimizar primeiramente a distribuição de recursos.
A transmissão emerge como a solução-chave para um posicionamento eficiente desses investimentos, resultando na redução significativa da necessidade de geração e armazenamento adicionais. Além disso, o estudo identifica “cabos para mudar o mundo“, representando capacidade global de interconexão entre regiões, e destaca seis “facilitadores” destinados a impulsionar uma implementação mais ampla da transmissão.
Essas medidas visam reformar o planejamento e o licenciamento da transmissão, estabelecer metas nacionais a longo prazo, atrair investimentos por meio da identificação de opções, preparar a força de trabalho e as cadeias de abastecimento, garantir a participação das partes interessadas e avaliar o potencial de cooperação internacional. A transmissão, ao ser reconhecida como uma ferramenta estratégica, promete desempenhar um papel crucial na consecução das metas globais de energia renovável e na construção de um futuro mais sustentável.
Investimento de US$1,7 Trilhão em Transmissão Poderia Revolucionar a Geração de Energia Global, Revela Estudo da TransitionZero
Uma análise baseada no Future Energy Outlook, conduzida pela organização sem fins lucrativos de análise climática TransitionZero, destaca a possibilidade de significativas economias na transição para zero emissões líquidas até 2040. O estudo propõe um investimento de US$1,7 bilhão em 1,5 terawatts (TW) de nova transmissão, o que poderia resultar em economia de até US$3 trilhões.
O estudo antevê um significativo aumento na produção e transmissão de energia livre de carbono em escala global, onde as redes desempenham um papel central na facilitação dessas mudanças. Regiões como África e Ásia são destacadas como importantes exportadoras líquidas de eletricidade limpa, compensando possíveis aumentos nos custos do sistema. Por outro lado, a América do Norte, especialmente com a implementação de interligações entre os EUA e o Canadá, apresenta as maiores potenciais de economia.
Contudo, a pesquisa enfatiza a necessidade de um equilíbrio específico na região da África Subsaariana, onde interligações e redes de menor escala são fundamentais. O Oriente Médio e o Norte da África surgem como centros globais de produção de eletricidade, alcançando uma capacidade total do sistema de 2.000 GW e transformando esses países em exportadores ou centros para outras regiões.
Na Europa, que já possui uma extensa rede de conexões, são projetadas apenas expansões modestas até 2040. No entanto, fortalecer os laços entre Europa e África é considerado estratégico para reduzir a dependência da Europa em relação à Rússia. Quanto à China e Índia, são percebidas como possíveis líderes regionais em energia, com uma capacidade total projetada de 10.600 GW para zero emissões de carbono. O Sudeste Asiático, por sua vez, pode emergir como um centro regional de energia, com países na região desenvolvendo sistemas energéticos complementares adequados à conectividade.
Perspectivas Energéticas Futuras: Plataforma Inovadora para Planeamento Energético Global
A Future Energy Outlook, uma ferramenta de código aberto, revoluciona as Perspectivas Energéticas Futuras ao unir dados de satélite e terrestres sobre centrais elétricas e infraestruturas de rede em 163 países, cobrindo 99% da população mundial.
Esta plataforma otimiza o sistema através de projeções detalhadas sobre a futura demanda de eletricidade, preços de combustíveis, custos tecnológicos, desempenho, e considerações políticas e regulatórias. Com a visão de oferecer uma perspectiva de longo prazo do sistema energético em evolução, a Future Energy Outlook está pronta para o lançamento beta do usuário durante a COP 28.
Em 2024, está prevista a adição de um construtor de modelos aos recursos da plataforma, permitindo que usuários não técnicos acelerem as decisões de planeamento da transição energética por meio de uma interface web intuitiva.
Declarando seu objetivo final, a TransitionZero busca criar e dimensionar um padrão global para dados de planeamento energético, reforçando seu compromisso com uma abordagem transparente e aberta para enfrentar os desafios da transição para uma energia mais sustentável.