O metano desempenha um papel significativo no aumento da temperatura global, sendo responsável por cerca de 30% do aquecimento observado desde a Revolução Industrial. Portanto, a redução rápida e sustentada das emissões de metano é fundamental para limitar o aquecimento global a curto prazo e melhorar a qualidade do ar que respiramos.
Segundo IEA, reduzir as emissões de metano apresenta vantagens significativas, uma vez que o metano é um gás de efeito estufa muito mais potente que o dióxido de carbono. Embora o dióxido de carbono seja mais persistente na atmosfera, o metano tem um impacto muito mais imediato no aquecimento do planeta.
Existem várias fontes de emissões de metano, incluindo a pecuária, a produção de energia, a exploração de combustíveis fósseis e o gerenciamento inadequado de resíduos. Abordar essas fontes de emissão requer a implementação de medidas eficazes em diferentes setores.
O financiamento para reduzir as emissões de gás metano pode ser obtido de várias fontes, tanto do setor público quanto do setor privado. Existem diversas iniciativas e programas disponíveis para apoiar projetos voltados para a mitigação do gás metano, especialmente relacionados à gestão de resíduos, agricultura, energia e extração de recursos naturais.
No âmbito internacional, organizações como o Banco Mundial, o Fundo Verde para o Clima (GCF) e o Global Environment Facility (GEF) oferecem financiamento e assistência técnica para projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa, incluindo o metano. Esses programas visam apoiar projetos em países em desenvolvimento e emergentes, incentivando a implementação de tecnologias e práticas sustentáveis.
Muitos governos nacionais e regionais têm seus próprios programas de financiamento para projetos de redução de emissões. Eles podem incluir subsídios, incentivos fiscais, empréstimos com juros baixos e outros mecanismos financeiros para apoiar a transição para tecnologias de baixo carbono e práticas mais sustentáveis.
No setor privado, investidores e fundos de investimento estão cada vez mais interessados em apoiar projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa, incluindo o metano. Isso ocorre tanto através de investimentos diretos em empresas e projetos como por meio de instrumentos financeiros, como títulos verdes e fundos de investimento socialmente responsáveis.
Algumas empresas têm programas internos de financiamento ou parcerias com instituições financeiras para apoiar a implementação de tecnologias e práticas de baixo carbono em suas operações ou em sua cadeia de suprimentos.
Para acessar o financiamento para reduzir as emissões de gás metano, é importante que os projetos sejam bem planejados e apresentem uma estratégia sólida, incluindo análises de custo-benefício, estimativas de redução de emissões, planos de implementação e monitoramento, entre outros elementos importantes. É recomendado buscar informações junto a agências governamentais, instituições financeiras e organizações internacionais para conhecer as opções disponíveis e os critérios de elegibilidade.
A redução do metano é um desafio importante no combate às mudanças climáticas, uma vez que o metano é um potente gás de efeito estufa, com um impacto cerca de 28 vezes maior do que o dióxido de carbono (CO2) na retenção de calor na atmosfera. Aqui estão algumas estratégias comprovadas para reduzir as emissões de metano:
- Gestão de resíduos: A decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos em aterros sanitários é uma importante fonte de emissão de metano. A captura e o aproveitamento do biogás produzido nos aterros, convertendo-o em energia elétrica ou térmica, reduzem significativamente as emissões de metano.
- A pecuária e o cultivo de arroz são duas importantes fontes de emissão de metano no setor agrícola. A adoção de técnicas de manejo de esterco, como sistemas de biodigestão, pode capturar o metano produzido pelo esterco animal e convertê-lo em energia. Além disso, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura de conservação e o manejo de água, pode reduzir as emissões de metano do cultivo de arroz.
- Extração de combustíveis fósseis: A extração e produção de petróleo, gás natural e carvão também são fontes significativas de emissões de metano. A implementação de tecnologias e práticas de extração mais eficientes e o controle adequado de vazamentos de metano nos processos de produção e distribuição podem reduzir essas emissões.
- Energia: A queima de combustíveis fósseis na geração de energia é outra importante fonte de emissões de metano. A transição para fontes de energia renovável, como a energia eólica e solar, reduzirá a dependência de combustíveis fósseis e, consequentemente, as emissões de metano associadas.
Segundo o Relatório do Metano Global 2020 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as emissões globais de metano atingiram um recorde em 2017, com cerca de 596 milhões de toneladas de CO2 equivalente. A agricultura, o setor de resíduos e a extração de combustíveis fósseis foram as principais fontes.
De acordo com a Iniciativa Global de Metano, a redução das emissões de metano em 45% até 2030 pode evitar até 0,3°C de aquecimento global até 2045 e ter um impacto significativo na redução das mudanças climáticas.
Estima-se que até 50% das emissões de metano podem ser reduzidas com tecnologias e práticas disponíveis atualmente. Além de contribuir para a redução das mudanças climáticas, a redução das emissões de metano também pode trazer benefícios econômicos, como a geração de empregos na indústria de energia renovável e a melhoria da eficiência energética.
É importante destacar que a redução do metano deve ser uma abordagem integrada, envolvendo governos, setor privado e sociedade civil. O monitoramento das emissões, a implementação de políticas adequadas e o investimento em tecnologias limpas são fundamentais para alcançar metas ambiciosas de redução do metano e combater as mudanças climáticas.
O Observatório do Clima: Estudo Metano
O documento “Observatório do Clima: Estudo Metano” é um estudo que analisa a questão das emissões de metano e seu impacto no aquecimento global. Apesar dos seus impactos o que se vê é que as emissões de metano têm sido frequentemente negligenciadas nas estratégias de combate às mudanças climáticas.
O setor de energia é a principal fonte de emissões de metano, principalmente devido à produção e distribuição de petróleo e gás natural. O estudo destaca a necessidade de melhorar as práticas de extração, armazenamento e transporte de combustíveis fósseis para reduzir as emissões de metano nesse setor.
O Brasil ocupa a posição de quinto maior emissor de metano no mundo, sendo responsável por cerca de 5,5% das emissões globais desse gás. Essa porcentagem é significativamente maior do que a participação do país nas emissões totais de gases de efeito estufa, que é de 3,3%.
As estimativas do Observatório do Clima apontaram que as emissões brasileiras de metano atingiram 21,7 milhões de toneladas, o que equivale a aproximadamente 565 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). Essa quantidade representa cerca de 26% das emissões totais de gases de efeito estufa do país.
Esses números destacam a importância de abordar e reduzir as emissões de metano no Brasil. As principais fontes de emissão incluem setores como energia, agricultura e pecuária. Melhorar as práticas agrícolas, adotar tecnologias de captura e armazenamento de metano e reduzir vazamentos na indústria de energia são medidas que podem contribuir para mitigar essas emissões.
O estudo ressalta a importância da cooperação internacional e da implementação de políticas efetivas para reduzir as emissões de metano. Ações como a detecção e reparo de vazamentos de metano, o uso de tecnologias de captura e armazenamento de metano e a promoção do uso de energias renováveis são medidas recomendadas para mitigar o impacto do metano no aquecimento global.
O estudo destaca que a redução das emissões de metano é uma peça fundamental no combate às mudanças climáticas. A implementação de estratégias eficazes para controlar as emissões de metano em setores-chave pode contribuir significativamente para limitar o aquecimento global e seus impactos negativos.
