O mais recente Boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) divulgado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) apresenta um quadro desafiador para o setor elétrico brasileiro, à medida que o país enfrenta uma onda de calor histórica pelo terceiro mês consecutivo. Projetando um crescimento expressivo de 11% na carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), totalizando 79.781 MWmed, o aumento da demanda de energia coincide com temperaturas extremas que devem atingir recordes.
Os subsistemas Norte e Sudeste/Centro-Oeste se destacam nesse cenário, apresentando avanços significativos de 15,6% (7.752 MWmed) e 12,1% (45.513 MWmed), respectivamente. Essa previsão encontra eco nas projeções meteorológicas que indicam temperaturas extraordinariamente altas, prevendo que alguns termômetros ultrapassem os 45 °C. A região Sul, apesar de projeções de precipitação 437% acima da Média de Longo Termo (MLT), também enfrenta o desafio térmico, com um aumento na demanda.
Diante desse contexto, a gestão da Energia Natural Afluente (ENA) torna-se crucial. Enquanto o Sudeste/Centro-Oeste projeta encerrar o mês com ENA em 88% da MLT, as regiões Norte e Nordeste apresentam projeções mais moderadas, com 52% e 43% da MLT, respectivamente. As projeções para a Energia Armazenada (EAR) permanecem estáveis, com destaque para o Sudeste/Centro-Oeste, possivelmente alcançando 66,3%, e o Sul, impressionantes 97,1%.
No entanto, a sobreposição desse cenário desafiador com a onda de calor coloca em evidência a necessidade de um planejamento estratégico para garantir a oferta de energia em meio a condições climáticas extremas. O Custo Marginal de Operação (CMO) permanece zerado em 2023, indicando estabilidade nos custos operacionais, mas o setor elétrico brasileiro enfrenta, agora, a tarefa de equilibrar a oferta e demanda em um ambiente climático cada vez mais imprevisível.
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