Por um clima positivo

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Crise Climática Pode Forçar Migração de 216 Milhões de Pessoas até 2050

A migração climática é considerada a – face humana – das mudanças climáticas, refletindo o impacto direto nas vidas e nos meios de subsistência das pessoas afetadas.

Um novo relatório divulgado pelo Banco Mundial revela que a crise climática pode resultar na migração interna de aproximadamente 216 milhões de pessoas em seis regiões do mundo até 2050. Segundo o estudo intitulado “Groundswell 2.0”, o movimento migratório decorrente das mudanças climáticas deve começar a se intensificar no final desta década e atingir seu pico nos próximos 20 anos, a menos que medidas efetivas sejam adotadas para combater o aquecimento global.

O relatório destaca que ações imediatas para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa e promover o desenvolvimento de projetos sustentáveis em todo o mundo podem reduzir em até 80% o número de pessoas forçadas a migrar internamente.

No pior cenário estimado pelos pesquisadores, a região da África Subsaariana pode enfrentar o deslocamento interno de até 86 milhões de pessoas se as consequências da mudança climática não forem mitigadas. No Leste Asiático e Pacífico, esse número pode chegar a 49 milhões. O estudo classifica as regiões mais afetadas da seguinte forma: Sul da Ásia (40 milhões), Norte da África (19 milhões), América Latina (17 milhões) e Europa Oriental e Ásia Central (5 milhões).

Para evitar o aumento previsto no movimento migratório interno, o Banco Mundial recomenda que os países adotem medidas para reduzir as emissões globais e se esforcem para cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris, que visam limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C. O Banco Mundial também enfatiza a importância de incorporar a mudança climática interna nas políticas públicas e planejar um desenvolvimento sustentável, verde e inclusivo.

O relatório do Banco Mundial é um dos primeiros estudos a estimar a migração interna em seis regiões do mundo. No entanto, é importante ressaltar que ele não abrange a maioria dos países de alta renda, como a Europa e a América do Norte, nem inclui o Oriente Médio e pequenos países insulares em desenvolvimento.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) enfatiza que a migração forçada deve ser considerada como último recurso e que os princípios de direitos humanos relevantes, como liberdade e consentimento informado dos afetados, devem ser cuidadosamente considerados. O Banco Mundial ressalta que, para que essas operações sejam eficazes, é essencial uma participação significativa de todos, além de uma compensação justa e garantia dos direitos a um padrão de vida adequado, incluindo moradia e soluções eficazes.

O relatório do Banco Mundial serve como um alerta urgente para a necessidade de ações concretas e colaborativas para enfrentar as mudanças climáticas e mitigar os impactos que elas têm nas comunidades mais vulneráveis. É essencial adotar políticas e práticas que priorizem os direitos humanos e garantam a proteção das pessoas afetadas pelas consequências cada vez mais graves da crise climática.

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