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Por um clima positivo

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IPCC Divulga Relatório 2023 e Acende Alerta Para a Urgência de Frear o Aquecimento Global

O novo relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – sigla em inglês para Intergovernmental Panel on Climate Change) na última segunda-feira, 20 de março, trouxe uma atualização importante sobre o estado atual do planeta. O IPCC é o principal órgão internacional de avaliação das mudanças climáticas estabelecido pelas Nações Unidas, formado por cientistas de todo o mundo para monitorar e assessorar toda o conhecimento global relacionado às mudanças climáticas. Desde sua criação em 1988, o IPCC produziu vários relatórios sobre diferentes aspectos das mudanças climáticas.

O documento publicado em 2023 é o 6º relatório de síntese do IPCC e é uma compilação das descobertas de todos os seis Ciclos de Avaliação do Instituto. O texto traz informações atualizadas sobre as ameaças que já estamos enfrentando devido às mudanças climáticas, bem como sobre o que podemos fazer para limitar os impactos ainda maiores que o aumento da temperatura global pode causar.

O principal e mais preocupante dado do IPCC 2023 é que a temperatura média global já subiu 1,1°C em relação aos níveis pré-industriais e as emissões médias de gases de efeito estufa (GEE) entre 2010 e 2019 foram as mais altas registradas nas últimas décadas. Embora a taxa de aumento tenha reduzido, as emissões continuam sendo majoritariamente oriundas dos setores de energia, indústria, transporte e construção.

Os cientistas enfatizam ainda que reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa são necessárias para desacelerar o aquecimento global dentro de cerca de duas décadas, o que levaria a mudanças na composição atmosférica em um prazo mais curto. Ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar as metas climáticas em todos os setores e regiões, e é crucial que as ações para limitar as emissões sejam tomadas em conjunto por governos, empresas e indivíduos em todo o mundo.

Embora haja algumas notícias positivas, como os desenvolvimentos promissores nas tecnologias de baixo carbono e compromissos mais ambiciosos de alguns países para reduzir emissões e apoiar comunidades vulneráveis, ainda há muito a ser feito. Mesmo se todos os países implementarem seus compromissos climáticos, provavelmente não será suficiente para manter o aquecimento global em 1,5 °C como estabelece o Acordo de Paris. Além disso, os esforços atuais para adaptação climática ainda são insuficientes e não atendem a todas as comunidades vulneráveis. Se a temperatura global continuar a aumentar, veremos mudanças irreversíveis em alguns ecossistemas, o que seria catastrófico para as pessoas e toda a biodiversidade que depende deles. Portanto, é importante que continuemos a tomar medidas urgentes para lidar com as mudanças climáticas e limitar os impactos que elas têm no planeta e em todas as suas formas de vida.

É urgente que sejam tomadas medidas globais para proteger o planeta. Estima-se que a conservação de pelo menos 30% a 50% das áreas de terra, água doce e oceanos do mundo seja necessária para garantir a saúde e a sobrevivência do planeta. Além disso, ações climáticas ambiciosas nas áreas urbanas têm o potencial de contribuir significativamente para o desenvolvimento sustentável, considerando que 80% da população mundial viverá em áreas urbanas nas próximas décadas. É necessário haver uma abordagem abrangente, que inclua o compartilhamento de tecnologia e conhecimento, além do financiamento adequado, para alcançar esse objetivo. Contudo, somente o compromisso de todos os países membros da Organização das Nações Unidas com reduções profundas e sustentadas nas emissões, pode levar a uma desaceleração perceptível do aquecimento global em duas décadas.

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