Por um clima positivo

Por um clima positivo

Investimentos em Tecnologias de Transição Energética Atingem US$1,3 tri em 2022

A empresa global de gerenciamento de investimentos, Apollo Global Management Inc, anunciou nesta quarta-feira o lançamento do ACT Capital, um fundo de US$ 4 bilhões para investir em empresas que estão se esforçando para fazer a transição para fontes de energia limpa. Esse novo fundo faz parte da meta de investimento sustentável de US$ 50 bilhões até 2027, que a Apollo estabeleceu para si mesma no ano passado. Várias empresas de private equity têm levantado bilhões de dólares para expandir sua presença no espaço de energia limpa, em meio a pedidos para que mais instituições façam a transição energética e reduzam a dependência dos combustíveis fósseis na cadeia produtiva mundial.

A nova plataforma de investimento sustentável lançada pela Apollo em 2022 destaca a oportunidade de fornecer capital para empresas focadas em energia renovável, à medida que o mundo tenta limitar o aumento da temperatura global em 1,5 graus Celsius para evitar os efeitos mais catastróficos das mudanças climáticas. A empresa destinou mais de US$ 19 bilhões em investimentos relacionados à transição energética e sustentabilidade nos últimos cinco anos, incluindo em energia renovável, veículos elétricos e descarbonização.

Estabelecendo metas audaciosas, a Apollo ainda pretende investir mais de US$ 100 bilhões até 2030 em setores que promovem a descarbonização da economia. O aporte para esses novos investimentos sustentáveis será alocado a partir de seus atuais fundos de capital, abrangendo crédito verde, private equity, impact investing, infraestrutura, imóveis e recursos naturais. A empresa também poderá lançar produtos próprios de investimento dedicados à sustentabilidade. Entre os recentes investimentos da Apollo estão a Petros PACE Finance, provedora de financiamento de energia limpa, a plataforma de energia renovável e armazenamento de energia Broad Reach Power e a Ionic Blue, uma joint venture com a Johnson Controls International para fornecer serviços de sustentabilidade e eficiência energética.

Além disso, a Apollo também se comprometeu a tornar suas próprias operações mais sustentáveis, reduzindo em 15% a intensidade de carbono mediana das empresas controladas por seus principais fundos de private equity e alinhando sua divulgação pública às recomendações do Grupo de Trabalho sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD), sigla em inglês para Task Force on Climate-related Financial Disclosures), uma organização global formada para desenvolver um conjunto de divulgações relacionadas ao clima recomendadas que empresas e instituições financeiras podem usar para informar melhor os investidores, acionistas e o público sobre seus riscos financeiros relacionados ao clima. Com essas medidas, a Apollo se posiciona como uma das empresas líderes na busca por investimentos sustentáveis e na luta contra as mudanças climáticas.

 

IRENA Aponta Que Investimentos em Tecnologias de Transição Energética Devem Quadruplicar Para Atingir meta de 1,5°C

 

A Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA – sigla em inglês para International Renewable Energy Agency) mostra que o mundo está caminhando na direção certa em relação às energias limpas, mas ainda há muito trabalho a ser feito para atingir as metas de limitar o aquecimento global em 1,5°C até2030.

O investimento global em tecnologias de transição energética atingiu um novo recorde de US$ 1,3 trilhão em 2022, o que é um sinal encorajador. No entanto, de acordo com a IRENA, os investimentos precisam mais do que quadruplicar – a mais de US$ 5 trilhões por ano – para permanecer no caminho de 1,5°C. Até 2030, os recursos acumulados devem chegar a US$ 44 trilhões, com tecnologias de transição representando 80% do total, ou US$ 35 trilhões, priorizando eficiência, eletrificação e expansão da rede.

Apesar do progresso significativo no setor de energia, onde as energias renováveis representam 40% da geração de energia instalada globalmente, ainda há muito a ser feito. Para manter viva a meta de limitar o aquecimento em 1,5°C, os níveis de implantação de plataformas geradoras de energia limpa devem crescer de cerca de 3.000 gigawatts (GW) de hoje para mais de 10.000 GW em 2030, o que significa uma média de 1.000 GW adicionais por ano. Além disso, a implantação ainda é limitada a certas partes do mundo, com China, União Europeia e Estados Unidos responsáveis por dois terços de todas as adições no ano passado, deixando as nações em desenvolvimento ainda mais atrás no progresso da transição energética.

A IRENA destaca que os países precisam intensificar seus esforços para impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, acelerando a implantação de energias renováveis, investindo em infraestrutura de energia limpa e incentivando a inovação em tecnologias de transição. É essencial que o setor privado e o público trabalhem juntos para enfrentar o desafio de mudar a matriz energética global e torná-la mais sustentável.

O relatório da IRENA destaca que é possível alcançar as metas de limitação do aquecimento global, mas isso requer esforços coletivos e significativos. Os governos, o setor privado e a sociedade civil precisam se unir para garantir que a transição energética ocorra de forma justa e inclusiva, garantindo que as nações em desenvolvimento não fiquem para trás.

Compartilhe:
pt_BR