Em breve será possível aplicar a sustentabilidade nos ares. Recentemente a empresa aeroespacial Airbus revelou o desenvolvimento de um motor de emissão zero movido a hidrogênio que promete revolucionar a tecnologia de aviação. Segundo a Airbus, o ‘santo graal’ da propulsão de aeronaves é fornecer energia sem nenhuma emissão, e como alternativa a empresa tem como um de seus candidatos mais promissores a célula de combustível de hidrogênio.
Segundo o vice-presidente de aeronaves de emissão zero da Airbus, Glenn Llewellyn, as células de combustível são uma solução potencial para ajudar a ambição de alcançar o foco em emissão zero. “Se as metas tecnológicas forem alcançadas, os motores de célula de combustível podem conseguir alimentar uma aeronave de 100 passageiros com um alcance de aproximadamente 1.000 milhas náuticas”, afirma.
O trabalho colaborativo de adaptação de células de combustível para uso aeroespacial está sendo projetado, montado e testado pela Airbus para desenvolver a futura aeronave ZERO-e Aircraft, com zero emissões de carbono. “Estamos fazendo tudo do zero a uma velocidade impressionante”, entusiasma-se Hauke Peer Lüdders, chefe de sistemas de propulsão por célula de combustível da aeronave.
Ainda segundo o especialista: “Precisamos entender como os sistemas de células de combustível funcionam e reagem. Para essa primeira etapa, estamos projetando intencionalmente em tamanho grande para acomodar muitos sensores internos e nos permitir analisar cada equipamento do sistema, com boa acessibilidade para personalizar, testar e entender completamente o comportamento do sistema”.
Existem duas maneiras em que o hidrogênio pode ser utilizado como fonte de energia para a propulsão de aeronaves:
- Combustão de hidrogênio: ocorre em uma turbina a gás;
- Células de combustível: converte hidrogênio em eletricidade para alimentar um motor de hélice. As células de combustível de hidrogênio, especialmente quando empilhadas juntas, aumentam sua potência, permitindo escalabilidade.
Afinal, no que Consiste a Célula de Combustível de Hidrogênio?
Em 1838, o cientista britânico Sir William Grove, teve uma ideia inovadora: construir uma célula composta por dois compartimentos selados e separados, sendo cada um deles alimentados por hidrogênio ou oxigênio. Na época a invenção recebeu o nome de “bateria a gás voltaica”, que infelizmente não produzia eletricidade suficiente para ser muito útil. Porém, em 1932 o engenheiro inglês Francis Thomas Bacon amadureceu a ideia original de desenvolver a primeira célula de combustível de hidrogênio-oxigênio do mundo, usada para alimentar satélites e foguetes para programas de exploração espacial.
Trazendo para o contexto atual, Hauke conta que: “Mesmo com o progresso desses testes para aprimorar os ideais do passado, as equipes também estão projetando e desenvolvendo a próxima geração de pilhas e sistemas de células de combustível. Estes serão mais compactos e mais potentes, o que levará a uma versão que pode voar no demonstrador de célula de combustível ZERO-e planejado pela Airbus”.
Embora a tecnologia de célula de combustível de hidrogênio para alimentar sistemas de propulsão alternativos ainda seja nova na aviação, a colaboração entre setores, como a parceria estratégica entre a Airbus e a Elring Klinger, será essencial para amadurecer o potencial da tecnologia nos próximos anos.
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