Na última quarta-feira (22/11), entrou em operação a primeira usina termoelétrica a utilizar gás natural extraído no Pré-Sal, marcando um marco significativo para a indústria energética brasileira. A Usina Termoelétrica (UTE) Marlim Azul, localizada no Complexo Logístico e Industrial de Macaé, no Rio de Janeiro, possui uma potência de 565,5 MW, o que a capacita para fornecer eletricidade a mais de 2 milhões de domicílios.
A localização estratégica da usina, próxima ao Porto de Imbetiba, Aeroporto de Macaé e importantes rodovias, como BR-101, RJ-168 e RJ-106, contribui para uma logística eficiente. Além disso, o Terminal de Cabiúnas, ponto de destino do gás natural proveniente do Pré-Sal, está a apenas 25 km de distância da UTE Marlim Azul, facilitando o escoamento da produção.
Atualmente, as usinas termoelétricas movidas a gás natural representam 8,99% da matriz energética centralizada do Brasil, totalizando 17,6 GW em valor nominal. As fontes de energia renováveis centralizada, incluindo hídrica, solar, eólica e biomassa, compõem 83,84% da matriz.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, falou sobre a importância da inauguração da UTE Marlim Azul como uma contribuição significativa ao setor elétrico brasileiro. “A Marlim Azul foi pioneira, ao ser o primeiro projeto vencedor nos leilões de energia relacionados ao gás natural do pré-sal no Brasil, marcando um momento histórico em nossa indústria”.
A UTE Marlim Azul foi contratada no Leilão de Energia Nova A-6 em 2017, e sua construção foi financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com um investimento total de R$ 2 bilhões. Estima-se que o empreendimento gere cerca de 7.000 empregos diretos e indiretos.
O gás natural utilizado na usina é extraído dos campos de Búzios, e a oferta é limitada à capacidade do gasoduto, que tem uma capacidade de 20 milhões de metros cúbicos por dia. A Termoelétrica consome, em média, de 1,5 a 2 milhões de metros cúbicos de gás a cada 24 horas.
Em um contexto mais amplo, o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu uma consulta pública no início do mês para avaliar propostas que permitam a redução da inflexibilidade de usinas termelétricas com Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEARs). O objetivo é reduzir custos e ampliar a flexibilidade operativa no Sistema Interligado Nacional (SIN).
O Governo brasileiro vem demonstrando um compromisso contínuo com a transição para fontes de energia limpa e renovável. “Sem nos distanciar da necessária segurança energética, vamos continuar investindo, cada vez mais, em energia limpa e renovável. Nosso claro objetivo é que o país, com segurança, qualidade no suprimento e tarifa justa para o consumidor, mantenha a capacidade de integrar as fontes renováveis”, declarou o ministro.
A proposta em discussão busca conciliar interesses sistêmicos e dos agentes setoriais, evitando que usinas termelétricas apresentem geração inflexível em momentos nos quais o sistema elétrico seja suficientemente suprido por outras fontes menos custosas. A UTE Marlim Azul pode ser uma das beneficiadas caso as discussões avancem, permitindo a redução de seu período de inflexibilidade. O setor energético brasileiro continua a evoluir, incorporando tecnologias avançadas e sustentáveis para atender às crescentes demandas do país.