Estudo realizado por um grupo de cientistas do Centro de Pesquisa Técnica VTT, da Finlândia, e publicado em fevereiro na Revista Science Advances revela que a estrutura sistêmica complexa do fundo Fomes fomentarius, popularmente conhecido como “fungo do casco”, pode apontar caminho da inovação no ramo dos materiais biodegradáveis.
A pesquisa em questão coloca em perspectiva, de maneira revolucionária, os recursos e características estruturais complexos desse organismo que passaram por gradual adaptação ao longo do tempo, por meio do processo evolutivo natural do fungo, e seu potencial para performar como alternativa de material biodegradável para áreas como produção de equipamentos esportivos e de segurança, como, por exemplo, coletes à prova de balas e equipamentos esportivos, como também exoesqueletos para produção de aeronaves etc.
Tamanho potencial reside em como é configurada a estrutura desse fungo, que é composta por corpo vegetativo, micélio, e partes, chamadas de hifas, que se entrelaçam como raízes e se espalham pelo solo ou materiais orgânicos em processo de decomposição, se subdividindo em três camadas distintas, de modo que suas particularidades criam uma consistência forte, resistente e leve.
A crosta externa é dura e fina e envolve um núcleo preenchido por estruturas ocas em formato tubular e uma base espumosa, de modo que, em conjunto, de acordo com especialistas, tais camadas podem resistir a intensos impactos sem sofrer grandes deformações ou deslocamento, tendo seu desempenho comparado à resistência de materiais como madeira compensada e couro, mas apresentando muito mais leveza e resistência aos efeitos de transição entre estações e intempéries, por exemplo.
Todas descobertas e informações fornecidas pelo estudo em questão apresentam um cenário extremamente positivo e nos deixam otimistas à espera das inovações que isso vai inspirar no mercado de materiais sintéticos, levando em consideração os parâmetros sustentáveis e também os pilares da economia circular aplicáveis.