Um recente estudo encomendado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e conduzido pela consultoria Volt Robotics revela que a geração própria de energia solar no Brasil está proporcionando uma economia líquida impressionante de mais de R$ 84,9 bilhões até 2031 para os consumidores brasileiros de energia elétrica. Esse marco destaca os benefícios substanciais da chamada geração distribuída (GD), que envolve a produção de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos.
De acordo com o estudo, os benefícios líquidos da geração distribuída equivalem a um valor médio de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) na estrutura do sistema elétrico. Isso contrasta com a tarifa média residencial de R$ 729 por MWh no Brasil. O cálculo abrange a projeção de crescimento oficial da geração distribuída até 2031, conforme estabelecido no Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 (PDE 2031) do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A legislação recente, Lei nº 14.300/2022, estabeleceu o marco legal para a geração distribuída, determinando que todos os benefícios sejam identificados e incorporados no setor. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é responsável por calcular e auditar esses benefícios, com base nas diretrizes do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Na apresentação dos resultados à Aneel, a Absolar e a Volt Robotics enfatizaram a importância de cálculos transparentes e justos para garantir o desenvolvimento adequado do setor. Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar, afirmou que os benefícios da geração distribuída solar são cruciais para a sociedade brasileira, trazendo ganhos socioeconômicos e ambientais significativos.
O estudo destaca ainda a atratividade de investimentos, geração de empregos, aumento da renda e poder de compra da população, além da redução de emissões de gases poluentes. Guilherme Susteras, conselheiro e coordenador do grupo de trabalho de geração distribuída da Absolar, enfatizou a entrega de contribuições valiosas à Aneel para auxiliar na definição da metodologia tarifária a ser aplicada a consumidores autogeradores a partir de 2029.
Esses resultados reforçam não apenas a economia direta para os consumidores, mas também o papel estratégico da energia solar na transição energética sustentável do Brasil, promovendo autonomia e independência energética. O país se posiciona como um protagonista na geopolítica global do século XXI, impulsionado pelos avanços na energia limpa e sustentabilidade.
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