A questão da sustentabilidade tem se tornado cada vez mais importante em diversas áreas, e a indústria musical não é exceção. A realização de shows e turnês envolve um grande consumo de energia, transporte e produção de materiais, o que pode causar um impacto significativo no meio ambiente.
Recentemente, o vocalista da banda Coldplay, Chris Martin – que em 2019 firmou o compromisso de só retomar as turnês pelo mundo quando pudesse reduzir o impacto ambiental que provocavam – concedeu uma entrevista onde abordou o tema e expressou sua preocupação com o impacto da indústria musical no meio ambiente. Destacando os esforços da banda em reduzir ainda mais sua pegada ecológica durante a turnê mais recente, Martin, em entrevista recente à NBC News, disse: “Nós crescemos acreditando que ´eles´ iriam resolver [os problemas ambientais], mais daí você se dá conta de que ´eles´ não existem, o que existe é você. Então, no lugar de esperar por ações dessa ou daquela empresa, decidimos tentar mudar (nós mesmos) o que a gente podia, na nossa esfera”.
Chris ainda garante que tal postura nada tem a ver com posicionamentos políticos de qualquer tipo, ou sequer estratégia de venda, de acordo com ele, na mesma entrevista: “Não é sobre estar de um lado do espectro político, querer ser bem visto pelo público ou ganhar mais dinheiro. É sobre tentar provas que qualquer negócio de sucesso pode ser sustentável”.
No caso do Coldplay, a banda tem se destacado por suas iniciativas em prol da sustentabilidade, tendo hoje seus shows realizados com energia 100% renovável. Segundo fontes oficiais, durante a turnê mais recente da banda foi pensada tendo como estrutura pilares sustentáveis que direcionaram ações como a redução do uso de plástico descartável, escolha de produtos com credenciais ambientais e fornecedores que utilizam práticas e materiais sustentáveis na produção de equipamentos e materiais, como bambu e aço reciclável, implantação de bicicletas e pisos cinéticos, que transformam o movimento dos fãs em energia elétrica, tecnologia que permite que a energia gerada pelos fãs seja utilizada para alimentar os equipamentos do show, reduzindo a necessidade de fontes externas de energia, uso de luzes de led de baixo consumo, promoção de campanhas de conscientização sobre a importância da sustentabilidade e a adoção de tecnologias mais eficientes para a compensação das emissões de carbono geradas durante as turnês, como o uso de biocombustível em seus aviões durante a turnê e uso de veículos elétricos, quando em terra, medida que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas pelo transporte aéreo, uma das principais fontes de emissões da indústria musical.
Além disso, o Coldplay se comprometeu a promover o plantio de uma árvore para cada ingresso vendido durante a turnê e contribuindo também com projetos de reflorestamento, recuperação de áreas degradadas, regeneração do solo e sequestro de carbono da atmosfera, ajudando a mitigar os efeitos remanescentes da emissão de CO2 produzido pela turnê.
Essas ações, importantes para minimizar o impacto ambiental e tornar a indústria musical mais sustentável, não são expressivas apenas do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de vista social, uma vez que a indústria musical tem um grande impacto na cultura e na sociedade como um todo, provocando imensas reverberações, de modo que, ao adotar práticas sustentáveis, o Coldplay não apenas reduz seu impacto ambiental, mas também serve como exemplo para outras bandas e artistas, contribuindo para a conscientização sobre a importância da sustentabilidade na indústria musical e na sociedade como um todo, produzindo um incentivo a mais iniciativas do tipo no ramo.
Assim, conduta de Chris Martin é uma importante contribuição para o debate sobre o tema na indústria musical e a banda se destaca como um exemplo positivo e inspirador para outras bandas e artistas, uma vez que, evidentemente, o Coldplay tem um compromisso firme com pautas ambientais e segue sendo uma luz amarela de emergência e fazendo mágica por onde passa.