A tecnologia consegue auxiliar em questões importantes, como a preservação de recursos naturais, além de trazer soluções para o desenvolvimento que não prejudiquem a vida do planeta nem das gerações futuras. E foi pensando nisso que a unidade da White Martins sediada no Estado de Pernambuco, Brasil, cumpriu todas as etapas para ser a primeira do país a produzir hidrogênio verde certificado. A empresa responsável pela certificação foi a alemã TÜV Rheinland, referência mundial no segmento.
Ao todo o processo de desenvolvimento e instalação do sistema de gestão de hidrogênio verde e sua respectiva certificação, que passou por um processo rigoroso de auditoria levou cerca de três meses. A planta pode receber até 1,6 MW de energia solar, utilizada no processo produtivo. Em resultado, pode gerar até 156 toneladas de hidrogênio verde por ano.
Esse feito destaca o Brasil frente aos demais países da América do Sul como um pioneiro. No momento, os países que estão desenvolvendo os maiores projetos de produção de hidrogênio verde são: Austrália, Alemanha, Holanda, China, Arábia Saudita e Chile.
Segundo Gilney Bastos, presidente da White Martins, empresa que produz hidrogênio há mais de cem anos, a descarbonização é uma pauta de prioridade no seu plano de desenvolvimento. “Nossa expectativa é que esta seja a primeira certificação de muitas que pretendemos ter em nossa região nos próximos anos. A descarbonização é uma prioridade para a companhia e estamos empenhados em desenvolver projetos que contribuam para a transição energética, em linha com nossa missão de construir um mundo mais produtivo e sustentável”.
Mas Afinal, o que é o Hidrogênio Verde?
O hidrogênio verde nada mais é do que o gás hidrogênio, importante na produção energética como combustível, produzido a partir de uma rota ecologicamente sustentável. É considerado um combustível com alto potencial de uso na geração de energia, pois, diferente dos combustíveis fósseis, o aproveitamento energético do hidrogênio dificilmente se dá por sua combustão, e sim por meio de uma transformação eletroquímica, realizada em células conhecidas como células a combustível.
Para produzi-lo, uma corrente elétrica passa pela molécula de água por meio dos chamados eletrolisadores e divide os átomos de hidrogênio e oxigênio. Para utilizá-lo, células combustíveis fazem o processo inverso: o hidrogênio é misturado com oxigênio, produzindo eletricidade e vapor d’água como único resíduo.
Segundo o superintendente executivo da Associação Brasileira do Hidrogênio, Gabriel Lassery, o hidrogênio verde pode também ser obtido por hidroeletricidade e biomassa de rejeito. “Dada a potência agrícola que é o país, há muita disponibilidade de biomassa de rejeito para produção de hidrogênio. O Brasil também tem locais onde é possível encontrar hidrogênio natural esperando para ser extraído”, afirma.
Certificação
A certificação é fundamental para garantir a qualidade e a sustentabilidade deste processo. Com a certificação, é possível assegurar que o hidrogênio verde é produzido de forma eficiente e limpa, utilizando fontes renováveis de energia como a solar ou a eólica, e não fontes fósseis como o gás natural. Além disso, a certificação também garante que os processos de produção, transporte e armazenamento do hidrogênio sejam seguros e sustentáveis.
A certificação é crucial para estabelecer padrões de qualidade e transparência na indústria do hidrogênio verde, ajudando a atrair investimentos e a promover o crescimento desta indústria. Além disso, a certificação pode ajudar a aumentar a confiança do consumidor e a incentivar a adoção de veículos movidos a hidrogênio, sistemas de armazenamento de energia e outras aplicações dessa tecnologia limpa.
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