A edição deste ano do Inversión mundial en energía forneceu uma atualização completa, por meio de um relatório sobre o cenário de investimento em 2022 e uma leitura inicial do cenário emergente para 2023.
O resultado do Inversión mundial en energía destaca que o investimento em tecnologias de energia limpa está superando significativamente os gastos com combustíveis fósseis, impulsionado pela busca por opções mais sustentáveis e preocupações com acessibilidade e segurança energética. De acordo com a Agencia Internacional de Energía (IEA – sigla em nglês), estima-se que cerca de US$ 2,8 trilhões sejam investidos globalmente em energia em 2023, sendo mais de US$ 1,7 trilhão destinados a tecnologias limpas, como energias renováveis, veículos elétricos, armazenamento e eficiência energética.
O relatório destaca o papel crucial das energias renováveis, lideradas pela energia solar, que estão impulsionando as tecnologias de eletricidade de baixa emissão. Espera-se que essas tecnologias representem quase 90% do investimento em geração de energia. Além disso, os consumidores estão cada vez mais investindo em usos finais mais eletrificados, como bombas de calor e veículos elétricos.
O relatório alerta para o fato de que mais de 90% desse aumento nos investimentos em energia limpa ocorre em economias avançadas e na China, o que pode criar divisões no cenário global de energia se outras regiões não acelerarem suas transições para energias limpas.
Enquanto os investimentos em energia limpa estão em ascensão, os gastos com petróleo, gás e carvão ainda representam uma parcela significativa do investimento global em energia. A recuperação esperada no investimento em combustíveis fósseis pode exceder os níveis necessários para atingir as metas de emissões líquidas zero até 2050, estabelecidas no Acordo de Paris.
Uma das principais preocupações destacadas pelo relatório é a falta de investimento em energia limpa em economias emergentes e em desenvolvimento. Embora alguns países, como a Índia e o Brasil, estejam realizando investimentos dinâmicos em energia solar e renováveis, muitos outros enfrentam desafios, como taxas de juros altas, infraestrutura de rede deficiente e falta de clareza política e de mercado.
O relatório ressalta a importância de um esforço conjunto da comunidade internacional para impulsionar o investimento em energia limpa, especialmente em economias de baixa renda, onde o setor privado tem sido relutante em se envolver. Essas ações são cruciais para acelerar a transição global para uma matriz energética mais sustentável e enfrentar a crise climática.
À medida que se aproxima da COP28, a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, no final de 2023, é crucial renovar o compromisso de impulsionar os investimentos em energia limpa globalmente, visando a criação de um futuro mais sustentável e resiliente.