A geração de energia eólica e solar representou um recorde de 12% da geração global de eletricidade em 2022, segundo um relatório divulgado no dia 12 de abril pela Ember- grupo inglês de pesquisas independentes sobre clima e energia. O relatório também constatou que todas as fontes de energia renovável e energia nuclear combinadas representaram 39% da geração global no mesmo período, com a participação solar subindo 24% e a eólica 17% em relação ao ano anterior.
O estudo da Ember destaca que o crescimento da energia eólica e solar atendeu a 80% do aumento da demanda global de eletricidade em 2022. No entanto, a geração de energia a carvão cresceu 1,1%, enquanto a geração de energia a gás caiu 0,2% devido aos altos preços.
Embora as emissões de CO2 do setor de energia tenham aumentado 1,3% no ano passado, o crescimento da energia eólica e solar ajudou a reduzir esse aumento. O relatório conclui que, se toda a eletricidade gerada a partir de energia eólica e solar viesse de combustíveis fósseis, as emissões do setor de energia seriam 20% maiores em 2022.
A Ember prevê que a geração de energia a partir de combustíveis fósseis diminuirá 0,3% este ano, seguida por quedas maiores nos anos seguintes, à medida que mais energia eólica e solar entra em operação. No entanto, para alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2040, como estabelecido pela Agência Internacional de Energia, a energia eólica e solar terão que alcançar 41% da geração global de eletricidade até 2030.
O relatório destaca que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a meta de emissões líquidas zero, e que investimentos significativos em infraestrutura de energia renovável são necessários. Governos em todo o mundo estão tomando medidas para aumentar sua capacidade de energia renovável, mas o relatório destaca a necessidade de um esforço ainda maior para alcançar uma transição completa para fontes de energia limpa.
Brasil: Lei 14.300/22 É um Marco no Incentivo à Energia Solar
Desde janeiro deste ano, está em vigor a Lei 14300/22, que estabelece normas para a instalação e autoconsumo de energia solar e cria o marco legal da micro e minigeração distribuída. Essa legislação confere ao consumidor o direito de produzir a sua própria energia elétrica por meio de fontes renováveis, como a energia solar. Essa iniciativa é uma resposta à crescente preocupação com as mudanças climáticas e a dependência mundial por combustíveis fósseis.
Além do marco legal da micro e minigeração de energia elétrica, a lei também propõe algumas mudanças no Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE), criado pela Resolução nº 482. Com isso, a legislação dá início ao Programa de Energia Renovável Social (PERS), que visa garantir que as famílias de baixa renda possam ter acesso à energia solar.
A Lei 14300/22 também determina que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ofereça um formulário padrão para solicitação de mini e microgeração distribuída e todas as informações necessárias para a elaboração do projeto solar ao consumidor. Essa medida visa simplificar o processo de adesão à energia solar e incentivar a sua utilização em todo o país.
Com a promulgação da Lei 14300/22, o Brasil dá um passo importante na direção da expansão da geração de energia solar e na democratização do acesso à energia renovável. A nova legislação promete impulsionar a indústria solar brasileira, gerando empregos e atraindo investimentos em tecnologias limpas.
