A crescente quantidade de notícias alarmantes sobre os impactos das mudanças climáticas em escala global tem acendido o alerta de grupos e instituições dedicados às questões ambientais. O aumento das ondas de calor, os incêndios florestais avassaladores e as secas devastadoras são apenas alguns exemplos desse desequilíbrio ambiental. Esses eventos dramáticos ressaltam a urgência de tomar medidas concretas para enfrentar a crise climática.
O Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C, está cada vez mais próximo, tornando vital que medidas drásticas sejam tomadas para alcançar essa meta. O setor de energia, por sua importância nas emissões de gases de efeito estufa, desempenha um papel fundamental nesse desafio. Até 2030, é essencial que o setor energético trabalhe intensamente para mitigar suas emissões, implementando soluções limpas e sustentáveis. Somente com uma ação coletiva e abrangente poderemos fazer frente a esse panorama crítico e construir um futuro mais seguro e sustentável para as gerações vindouras.
O Roteiro Net Zero da IEA até 2050, publicado em maio de 2021 e que será atualizado antes da COP28, estabelece um caminho para o setor de energia que limitaria o aquecimento global a 1,5°C. O roteiro destaca a importância de dobrar o progresso em eficiência energética e ampliar massivamente uma ampla gama de tecnologias de energia limpa nesta década para reduzir a demanda por combustíveis fósseis e atingir o zero líquido com rapidez suficiente.
De acordo com um relatório recente, todas as tecnologias necessárias para alcançar os cortes profundos nas emissões globais até 2030 já existem, e as políticas necessárias para sua implantação já foram comprovadas. Após lidar com os impactos da pandemia de Covid-19, é importante que haja um projeto de recuperação alinhado com a meta de zero líquido. Metas e leilões competitivos podem ajudar a acelerar a transição do setor elétrico para a energia eólica e solar. Além disso, a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis, a precificação do carbono e outras reformas de mercado podem garantir sinais de preço apropriados para incentivar a adoção de tecnologias de energia limpa.
É fundamental que os governos assumam a liderança e forneçam incentivos significativos para a adoção de combustíveis, tecnologias e práticas que favoreçam a transição para fontes mais limpas e sustentáveis, ao mesmo tempo em que desestimulem o uso do carvão e outras fontes poluentes. Além disso, é crucial realizar um planejamento adequado e fomentar a implementação maciça de infraestrutura para sistemas de redes inteligentes de transmissão e distribuição de energia.
Para alcançar a meta de atingir o Net Zero até 2050, o relatório destaca a necessidade de implantação ágil das tecnologias já disponíveis, bem como a implementação de políticas de regulação claras e eficazes. Durante esta década, é imprescindível concentrar esforços para reduzir de forma significativa as emissões de CO2, garantindo assim um progresso significativo rumo a um futuro mais sustentável e alinhado com os objetivos climáticos globais. A combinação de ações coordenadas e o compromisso de todas as partes interessadas são essenciais para enfrentar esse desafio e construir um mundo mais resiliente e saudável para as gerações futuras.
A expansão em larga escala da capacidade de energia renovável poderia evitar a emissão de aproximadamente 7 bilhões de toneladas de CO2 entre 2023 e 2030, equivalente a eliminar todas as atuais emissões de CO2 do setor de energia da China. O progresso alcançado até agora é notável, com previsão de um aumento recorde na adição de capacidade de energia renovável em 2023. Além disso, as energias renováveis estão no caminho certo para suprir toda a demanda global de eletricidade nos próximos dois anos.
A capacidade de energia renovável adicionada em todo o mundo aumentou quase 13% em 2022 e espera-se que aumente um terço em 2023, impulsionada pelo aumento do impulso político, preços elevados dos combustíveis fósseis além de preocupações contínuas com a segurança energética. De acordo com a atualização do mercado de energia renovável da IEA publicada no mês passado, a geração global de eletricidade a partir de fontes renováveis pode ultrapassar o carvão já no próximo ano, dependendo das condições climáticas.
No entanto, mais progresso é necessário para atingir as metas do Roteiro Net Zero da IEA, que estabelece a necessidade de triplicar a capacidade mundial de energia renovável até 2030 para alcançar emissões líquidas zero do setor de energia até 2050. Essa expansão permitiria que a geração de energia renovável superasse a demanda total de eletricidade, que deve aumentar nos próximos anos. Além disso, triplicar a capacidade renovável até o final da década levaria à redução significativa das emissões de CO2 relacionadas ao carvão.
De acordo com o Roteiro Net Zero da IEA, para alcançar a meta de 1,5°C é necessário triplicar a capacidade mundial de energia renovável até 2030. Essa expansão permitiria que a geração de energia renovável superasse a demanda total de eletricidade, que deve aumentar nos próximos anos, apoiada pela eletrificação dos sistemas de energia e pelo aumento do uso de resfriamento. Além disso, a expansão da capacidade de energia renovável ajudaria a reduzir significativamente as emissões de CO2 relacionadas ao carvão, que é a maior fonte única de emissões de CO2 relacionadas à energia.
Diante desse cenário positivo, a Agência Internacional de Energia (AIE) tem intensificado seus apelos a governos de todo o mundo, instando-os a comprometerem-se a triplicar a capacidade de energia renovável até 2030. Essa medida é essencial para acelerar ainda mais o combate às mudanças climáticas e promover uma transição energética global efetiva e sustentável. O engajamento e a ação conjunta dos governos são fundamentais para alcançarmos um futuro com energia limpa, preservando o meio ambiente e garantindo a segurança e prosperidade para as gerações futuras.