Segundo o Global Green Skills Report 2022, elaborado pelo LinkedIn, a participação dos talentos verdes na força de trabalho global aumentou significativamente nos últimos anos. Os dados revelam que essa participação passou de 9,6% em 2015 para 13,3% em 2022, o que representa um crescimento notável de 38,5%.
O relatório aponta o Brasil como o sexto país com maior aplicação de habilidades verdes por parte dos trabalhadores em seus empregos. Isso evidencia que profissionais em todos os níveis de ensino estão desenvolvendo suas competências nesse campo em crescimento. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, esse crescimento é mais acentuado entre aqueles com diploma de ensino superior.
Segundo relatório “somente entre 2022 e 2023, a parcela de talentos verdes na força de trabalho aumentou em um média de 12,3% nos 48 países analisados, enquanto a proporção de ofertas de emprego que exigem pelo menos uma habilidade verde cresceu quase duas vezes mais rápido — por uma média de 22,4%.
Nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Cingapura e França, menos trabalhadores estão indo para o mercado dos combustíveis fósseis. Em países europeus como Islândia, Dinamarca, França e Espanha, mais de
2% dos trabalhadores estão na área de energia renovável, enquanto cerca de 1% ou menos trabalham com combustíveis fósseis.
Até 2030, a ONU estima que 18 milhões de empregos verdes serão criados em todo o planeta. Cerca de 15 milhões só na América Latina e Caribe. Neste cenário, o Brasil teria quase a metade das vagas, cerca de 7,1 milhões.
Esses dados refletem a necessidade crescente de profissionais preparados para lidar com desafios ambientais e promover a sustentabilidade. À medida que a transição para uma economia verde avança, é fundamental que tanto os trabalhadores quanto as empresas estejam atentos às oportunidades e demandas desse setor em expansão, garantindo um futuro mais sustentável e promissor.
Michael Regan, indicado pelo presidente Joe Biden para comandar a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos, defendeu durante sua sabatina a transição para diminuir o uso dos combustíveis fósseis. Ele argumentou que o país se beneficiará ao abraçar essa transição, criando milhões de empregos e investindo na descarbonização da economia.
Suas prioridades incluem o controle de emissões de usinas termoelétricas a carvão e a implementação de limites para os setores automotivo, de petróleo e gás natural. Essa postura faz parte das medidas adotadas pelo novo governo democrata, que exige que todas as agências americanas considerem as questões climáticas em suas decisões. Essa medida foi parte de um pacote de ordens executivas assinadas por Biden no primeiro dia de governo.
Regan reconhece que a transição energética pode representar riscos para comunidades que dependem dos combustíveis fósseis e da indústria automotiva a combustão. No entanto, ele afirma que a transição também trará oportunidades de emprego. Grandes investimentos em infraestrutura de água, eletricidade e transporte serão necessários, o que resultará na criação de milhões de postos de trabalho.
O governo Biden tem o compromisso de tornar o setor de energia dos EUA livre de emissões de carbono até 2035. Além disso, o presidente prometeu investir na capacitação de trabalhadores e empresas americanas para liderar uma revolução de energia limpa. Um dos desafios será garantir que essa transição beneficie também a população negra e as comunidades mais pobres, uma meta enfatizada por Biden durante sua campanha.
Os Tipos de Empregos Verdes
Os empregos verdes são aqueles relacionados a setores e atividades que visam a sustentabilidade ambiental, a redução das emissões de gases do efeito estufa e a promoção de práticas mais amigáveis ao meio ambiente. Esses empregos estão inseridos em áreas que contribuem para a transição para uma economia mais sustentável e de baixo carbono.
Os empregos verdes estão relacionados aos profissionais que trabalham na instalação, manutenção e operação de sistemas de energia solar, eólica, hidrelétrica, geotérmica, biomassa e outras fontes renováveis.
O outro grupo está associado a especialistas em auditoria energética, projetistas de sistemas eficientes, técnicos em instalação de equipamentos eficientes, entre outros, que ajudam a reduzir o consumo de energia em edifícios e indústrias.
Profissionais envolvidos no desenvolvimento de veículos elétricos, infraestrutura de carregamento, planejamento de transporte público, logística verde e outras soluções de mobilidade sustentável. Trabalhadores que atuam na reciclagem, compostagem, tratamento de águas residuais, gestão de resíduos perigosos e outras áreas relacionadas ao gerenciamento sustentável de resíduos.
Profissionais envolvidos na produção de alimentos orgânicos, agroecologia, agricultura urbana, sistemas de irrigação eficientes e práticas agrícolas de baixo impacto ambiental. Arquitetos, engenheiros, construtores e outros profissionais que trabalham na concepção e construção de edifícios verdes, eficientes em termos energéticos e com materiais sustentáveis. Especialistas em desenvolvimento e implementação de tecnologias limpas, como monitoramento e controle da qualidade do ar e da água, tratamento de resíduos, sistemas de monitoramento de energia, entre outros.
Os empregos verdes oferecem oportunidades de carreira que não apenas ajudam a proteger o meio ambiente, mas também impulsionam o crescimento econômico, contribuindo para um futuro mais sustentável.