A 14ª edição do Brazil Windpower (BWP) realizada na São Paulo Expo foi um marco na história do setor eólico brasileiro. Com mais de 6.500 visitantes em três dias de evento, mais de 160 debatedores e quase 50 horas de painéis, o BWP confirmou a força do setor e apontou o Brasil como um potencial protagonista global na geração de energia renovável.
O principal congresso do setor eólico na América Latina reuniu executivos de grandes empresas, autoridades públicas, representantes de entidades do setor, empreendedores e fabricantes da cadeia eólica do Brasil e do exterior. A mensagem final foi clara: o Brasil está pronto para receber investimentos e se destacar no cenário internacional em energia sustentável.
No ano anterior, o Brasil bateu recordes com a instalação de mais de 4 gigawatts (GW) de energia eólica, tornando-se o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Uma das principais discussões durante o evento foi o potencial da energia eólica offshore no Brasil, que é estimado em cerca de 700 GW, equivalente a 50 usinas hidrelétricas como Itaipu. No entanto, os participantes concordaram que a aprovação do projeto de lei 576/2021, que regulamenta a exploração de energia offshore, é fundamental para desbloquear o crescimento do setor.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já possui 74 pedidos de licenciamento ambiental para projetos de energia eólica offshore, totalizando 183 GW de potência, sete vezes mais do que a capacidade de geração onshore do Brasil.
Além disso, o Brazil Windpower enfatizou a importância das práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) no setor eólico, bem como a necessidade de diversificar a matriz energética brasileira. Temas como a aceitação social das comunidades vizinhas aos parques eólicos também foram abordados.
Um dos momentos mais destacados do evento foi o anúncio do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de que a empresa se tornaria a maior desenvolvedora de projetos de energia eólica no Brasil. A Petrobras também revelou uma parceria com a WEG para fabricar um aerogerador onshore de 7 MW no país.
O Brazil Windpower 2023 demonstrou que o Brasil está preparado para liderar a transição para uma energia mais limpa e sustentável, e que o setor eólico desempenhará um papel fundamental nesse processo. Com um marco regulatório adequado e investimentos contínuos, o país está posicionado para se tornar uma potência global na geração de energia renovável.
