Apesar de um crescimento notável nos últimos anos, os títulos verdes representam atualmente cerca de 1% do mercado global de títulos. Na América Latina, o Chile foi pioneiro ao lançar um título verde soberano em 2019, e até o momento permanece como o único país da região a fazê-lo. Em 2020, mais de US$ 30 bilhões em títulos soberanos foram emitidos em todo o mundo.
Com uma mobilização financeira em constante expansão, os projetos vinculados aos títulos verdes estão sendo agrupados de acordo com o uso dos recursos. As diretrizes da Iniciativa de Mercados de Capitais Verdes (ICMA) e da Iniciativa de Bônus Climáticos (CBI) definem categorias que incluem energia renovável, eficiência energética, construção sustentável, prevenção e controle da poluição, gestão de recursos naturais e uso da terra, conservação da biodiversidade aquática e terrestre, adaptação às mudanças climáticas e economia circular com produtos e processos tecnológicos adaptados.
No segundo maior mercado verde da América Latina, o Brasil, mais de 40% dos recursos destinaram-se a projetos de energia, conforme relatório da CBI em 2021. Além disso, cerca de 20% desses recursos foram alocados em programas relacionados ao uso da terra.
As movimentações financeiras nesse mercado têm como objetivos a expansão da participação de energias renováveis, como bioenergias, com a meta ambiciosa de atingir 18% até 2030. Outras metas incluem o aumento do uso de tecnologias limpas no setor industrial, melhorias na infraestrutura de transporte e redução dos desmatamentos, conforme relatórios divulgados pelo WWF e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Dentre as questões mais sensíveis atualmente, destaca-se o compromisso com o reflorestamento de 12 milhões de hectares, demonstrando a importância atribuída à preservação das florestas e à mitigação dos impactos ambientais.
Esse crescimento constante no mercado de títulos verdes na América Latina sinaliza uma tendência positiva em direção a investimentos mais sustentáveis e alinhados com os desafios globais de preservação do meio ambiente e combate às mudanças climáticas. O compromisso da região em adotar práticas mais verdes reflete um passo importante em direção a um futuro mais sustentável e resiliente para todos.
