O Plano de Investimento do Programa de Integração de Energia Renovável (REI – Renewable Energy Integration Program), elaborado em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério da Fazenda (MF), foi aprovado pelos Fundos de Investimentos Climáticos (CIFs – sigla em inglês). O plano prevê um investimento de US$ 70 milhões no Brasil, com o potencial de mobilizar outros US$ 9,1 bilhões de parceiros, incluindo investimentos privados. O Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial serão responsáveis pela implementação desses investimentos.
O Plano do Brasil abrange diversas áreas, como a digitalização e modernização de usinas hidroelétricas, a digitalização e automação das redes de transmissão e distribuição, a descarbonização de sistemas isolados, tecnologias de armazenamento e o desenvolvimento de um hub de hidrogênio verde no Ceará. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (BM) apoiaram a elaboração do plano.
O Programa de Integração de Energia Renovável (REI) foi lançado pelos CIFs em 2021 com o objetivo de ampliar a participação da geração de energia renovável nas matrizes energéticas dos países em desenvolvimento. O programa oferece financiamento e assistência técnica para apoiar a integração de gestão de riscos climáticos nas decisões do setor elétrico, bem como promover a participação ativa dos consumidores na indústria elétrica. O plano aprovado pelos CIFs passou por consulta pública, garantindo um processo inclusivo e colaborativo para promover a transição energética e a sustentabilidade do país.
O evento “Yesterday, Today, Tomorrow”, realizado pelos CIFs em Brasília, celebrou o 15º aniversário desses fundos multilaterais de ações climáticas em países em desenvolvimento. Os CIFs foram criados em 2008 com o objetivo de mobilizar recursos e canalizar investimentos para o desenvolvimento de baixo carbono e resistente ao clima em países de baixa e média renda. Até o momento, os recursos dos CIFs geraram mais de US$ 61 bilhões em cofinanciamento para intervenções nas áreas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, consolidando-se como um dos maiores mecanismos de financiamento climático do mundo. O evento no Brasil marcou a primeira vez que sediaram o evento em solo brasileiro.
A aprovação do Plano de Investimento do Programa de Integração de Energia Renovável representa um marco significativo para o Brasil, pois reforça seu compromisso com a transição energética e a busca por um futuro mais limpo e sustentável. Com os recursos financeiros disponibilizados pelos CIFs e o engajamento de parceiros privados, o país terá a oportunidade de impulsionar ainda mais a integração e participação das energias limpas em sua matriz energética, promovendo benefícios socioeconômicos e contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. A implementação do Plano de Investimento do Programa de Integração de Energia Renovável irá proporcionar avanços significativos na modernização da infraestrutura energética brasileira, permitindo a utilização mais eficiente e sustentável dos recursos naturais.
O programa visa não apenas aumentar a participação das energias renováveis, mas também promover a digitalização e automação das redes de transmissão e distribuição de energia. Essas medidas irão melhorar a eficiência energética, reduzir perdas na distribuição e facilitar a integração de fontes intermitentes, como a energia solar e eólica, na rede elétrica. Além disso, se destaca a importância da descarbonização de sistemas isolados, visando substituir a dependência de combustíveis fósseis por fontes renováveis nessas regiões. Isso contribuirá para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e promover a sustentabilidade energética em áreas remotas do país.