A agricultura é um setor intensivo em recursos hídricos, e a água é um recurso fundamental para o crescimento saudável das plantas. No entanto, muitas regiões já estão enfrentando problemas de escassez de água devido a fatores como mudanças climáticas, má gestão dos recursos hídricos e aumento da demanda em diferentes setores. Com a população mundial atual de 7,8 bilhões e uma projeção de alcançar 9,8 bilhões em 2050, espera-se um aumento acentuado na demanda por produção de alimentos. A demanda crescente por alimentos devido ao aumento da população mundial representa um desafio significativo para a disponibilidade de água. No entanto, com a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, o uso eficiente da água e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, é possível enfrentar esse desafio e garantir a segurança alimentar para as futuras gerações. Se os métodos atuais de agricultura continuarem, é provável que surjam desafios significativos em relação à disponibilidade de água para atender às crescentes necessidades de alimentos.
Para enfrentar esse desafio, serão necessárias abordagens inovadoras e sustentáveis na agricultura. Isso inclui a implementação de práticas de irrigação mais eficientes, como a adoção de sistemas de irrigação por gotejamento e técnicas de manejo da água que minimizem o desperdício. A agricultura de conservação, que se concentra em preservar a saúde do solo e reduzir a erosão, pode ajudar a reter a umidade do solo por mais tempo, reduzindo assim a necessidade de irrigação frequente.
Tecnologias agrícolas avançadas, como sensores e monitoramento remoto, também podem ser usadas para melhorar a gestão da água na agricultura. Essas ferramentas permitem que os agricultores monitorem o teor de umidade do solo, as necessidades hídricas das plantas e otimizem o uso da água com base em dados em tempo real. Práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura de conservação, a agrofloresta e a agricultura urbana, podem contribuir para a produção de alimentos de forma mais eficiente, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos.
O mercado global de Agrovoltaicos foi avaliado em US$ 3,6 bilhões em 2021 e projeta-se que alcance US$ 9,3 bilhões até 2031, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR sigla em inglês para Compound Annual Growth Rate) de 10,1% no período de 2022 a 2031. Prevê-se que o mercado cresça a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de aproximadamente 38% durante esse período. Esse setor refere-se à integração da tecnologia fotovoltaica em áreas agrícolas, combinando a produção de energia solar com a agricultura. Nesse tipo de sistema, painéis solares são instalados sobre estruturas elevadas, como estufas, estufas solares ou sistemas de suporte, permitindo o cultivo de plantas abaixo deles.
Essa abordagem de uso duplo da terra traz benefícios significativos. Os painéis solares fornecem energia limpa e renovável para alimentar as operações agrícolas, reduzindo a dependência de fontes de energia tradicionais e os custos associados a elas. Além disso, a sombra proporcionada pelos painéis solares pode ajudar a proteger as plantas contra condições climáticas adversas, como excesso de calor ou granizo.
O mercado de Agrovoltaicos tem experimentado um crescimento significativo, impulsionado pela busca por soluções sustentáveis e pela necessidade de aumentar a produção de alimentos e energia de forma eficiente. Agricultores e investidores estão cada vez mais interessados em implementar sistemas de Agrovoltaicos, aproveitando o potencial de sinergia entre a agricultura e a geração de energia solar.
Os sistemas de Agrovoltaicos podem ser aplicados em diferentes tipos de culturas, como hortaliças, frutas, plantas medicinais e até mesmo criação de animais. Os benefícios incluem a maximização do uso da terra, diversificação de receitas para os agricultores e redução da pegada de carbono da agricultura. No entanto, é importante considerar alguns desafios associados ao mercado de Agrovoltaicos. A otimização do espaçamento entre os painéis solares para garantir a quantidade ideal de luz solar para as plantas é um aspecto crítico. Além disso, a seleção adequada das culturas e a gestão adequada da água e dos nutrientes são fundamentais para o sucesso dos sistemas de Agrovoltaicos.
Até o momento, a maior instalação agrovoltaica do mundo está implantada na orla do deserto de Gobi, na China. Nessa instalação, as bagas são cultivadas sob módulos solares, combinando práticas agrícolas com a geração de energia solar. A capacidade de produção total dessa instalação é de 700 MW, e há planos de expandi-la para 1 GW.
Essa iniciativa exemplifica a integração bem-sucedida entre a agricultura e a produção de energia renovável. Ao utilizar os espaços entre os painéis solares para o cultivo de bagas, a instalação agrovoltaica maximiza a utilização do solo e aumenta a eficiência do uso da terra.
A escolha do deserto de Gobi para essa instalação é estratégica, uma vez que a região possui ampla disponibilidade de luz solar e uma área vasta para a implementação dos painéis solares. Além disso, a tecnologia agrovoltaica ajuda a proteger as plantas cultivadas das condições climáticas adversas, como ventos fortes e alta incidência de radiação solar.
A expansão planejada para 1 GW indica o potencial de crescimento desse tipo de instalação agrovoltaica e demonstra o interesse contínuo na combinação de agricultura e energia solar em grande escala.
A construção da maior instalação agrovoltaica do mundo na China destaca o papel dessa abordagem na promoção da sustentabilidade, ao permitir a produção simultânea de alimentos e energia renovável. Essa iniciativa serve como exemplo para outras regiões e países que buscam explorar o potencial do Agrovoltaico como uma solução inovadora para a agricultura e a transição para fontes de energia limpa.
