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GHG Emissions in Thermoelectric Power Plants Decrease in 2022

As emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes das usinas termelétricas apresentaram uma notável queda no ano de 2022, conforme apontou uma análise do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). Esse declínio significativo foi impulsionado por condições climáticas favoráveis e transformações no panorama da geração de energia termelétrica.

 

Impacto das Condições Climáticas Favoráveis

A análise do IEMA enfatizou que a redução das emissões de GEE das usinas termelétricas foi grandemente influenciada por condições climáticas extremamente favoráveis. Fatores como temperaturas mais amenas e uma menor demanda por aquecimento contribuíram para a diminuição do uso dessas instalações, resultando na redução das emissões.

Usinas e Empresas em Foco

Na nova edição do inventário de termelétricas, foram identificadas 72 usinas termelétricas fósseis conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que emitiram cerca de 19,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) em 2022. Notavelmente, a geração de energia termelétrica fóssil, no ano passado, voltou a representar a mesma parcela de 10% na matriz elétrica brasileira como há 20 anos. Essa redução é resultado de um período de condições climáticas propícias para a geração hidrelétrica após a crise hídrica, aliado ao crescimento de outras fontes de energia renovável, como a eólica e a solar.

Desafios Futuros e Perspectivas

Apesar desses dados aparentemente favoráveis, a tendência é que as emissões provenientes de usinas termelétricas fósseis aumentem no médio prazo. Como observado em anos anteriores, a incerteza das condições futuras, como o volume de chuvas, pode influenciar o uso de termelétricas. Portanto, é vital que o setor de energia continue a promover fontes de energia limpa e a implementar estratégias para alcançar metas de redução de emissões de GEE.

O estudo também destacou que as usinas eólicas e solares contribuíram significativamente para suprir o aumento da demanda de energia, tornando essas fontes essenciais na matriz energética. No entanto, apesar da redução expressiva na geração de energia termelétrica a partir de combustíveis fósseis, a demanda nacional por eletricidade cresceu 3% de 2021 para 2022. Esse cenário sublinha a necessidade contínua de promover fontes de energia limpa e adotar medidas para reduzir as emissões provenientes de usinas termelétricas.

Distribuição Regional das Emissões

A análise revelou que o subsistema Sul liderou as emissões de GEE em 2022, contribuindo com 40% do total. Isso ocorreu principalmente devido à geração termelétrica em municípios como Capivari de Baixo (SC) e Candiota (RS), onde usinas a carvão mineral desempenharam um papel significativo nas emissões. O subsistema Sudeste/ Centro-Oeste foi responsável por 26% das emissões. No entanto, 20 dos 41 municípios onde estão instaladas as usinas termelétricas não possuem estações de monitoramento da qualidade do ar, evidenciando a necessidade de expandir a rede de monitoramento.

Principais Empresas Emissoras

Cerca de 75% das emissões em 2022 foram atribuídas a apenas quatro empresas: Petrobras (22%), Eletrobras (21%), Fram Capital Energy (20%), e Eneva (11%). Essas empresas se destacaram como as principais emissoras de GEE provenientes de usinas termelétricas. É importante ressaltar que, embora a Petrobras seja uma das maiores geradoras de energia termelétrica fóssil no Brasil, ela apresenta uma taxa de emissão menor que a média, graças à eficiência das tecnologias empregadas em suas usinas termelétricas.

Impactos Ambientais e Desafios Futuros

Além das emissões de GEE, a geração de energia termelétrica fóssil está associada a outros problemas ambientais, como o estresse hídrico devido à utilização de água para resfriamento de sistemas e competição no despacho de energia com fontes renováveis. O estudo também destacou a falta de estações de monitoramento da qualidade do ar em muitos municípios onde estão localizadas as usinas termelétricas, o que dificulta a avaliação adequada dos riscos à saúde da população.

Como o Brasil enfrenta desafios para atingir metas de redução de emissões de GEE e melhorar a qualidade do ar, a análise apontou que mesmo em um cenário de queda na geração termelétrica fóssil, novos projetos termelétricos estão sendo considerados para locais que carecem de monitoramento da qualidade do ar. A situação é complexa, uma vez que o aumento consistente na utilização de termeletricidade fóssil apresenta desafios para o plano de descarbonização do setor elétrico brasileiro e para a saúde pública devido à emissão de poluentes atmosféricos.

O relatório também ressaltou que a geração termelétrica a partir de gás natural representou 75% da produção de eletricidade termelétrica inventariada, enquanto o carvão mineral contribuiu com 22%. O uso proporcionalmente maior de usinas termelétricas a carvão levou a um aumento de 9% na taxa média de emissão inventariada em 2022.

Além disso, o estudo destacou as quatro usinas de carvão mineral localizadas no Sul do país como as maiores emissoras de GEE em 2022, com destaque para a usina Candiota III (RS), que foi responsável por 12% das emissões do parque termelétrico analisado.

Contexto

Embora a elevada participação de geração termelétrica fóssil em 2021, devido à crise hídrica, e a subsequente queda em 2022 possam ser consideradas atípicas, existe uma tendência consistente de aumento na utilização de termelétricas movidas a combustíveis fósseis. Essa tendência tem implicações para os esforços de descarbonização do setor elétrico brasileiro e para a qualidade do ar no país.

Mesmo em um cenário de menor demanda por energia, nove novos projetos termelétricos entraram em operação em 2022, a maioria deles contratados no leilão emergencial de 2021, conhecido como Procedimento Simplificado de Contratação (PCS). Além disso, a legislação que prevê a instalação de 8.000 MW em termelétricas a gás e a postergação de subsídios e da vida útil de usinas a carvão mineral apresentam desafios adicionais para a descarbonização do setor de energia no Brasil.

Portanto, o estudo destaca a importância de medidas para reduzir as emissões de GEE, promover fontes de energia limpa e melhorar a qualidade do ar, a fim de enfrentar os desafios ambientais e de saúde pública associados à geração de energia termelétrica fóssil no país.

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