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Brazil Can Become a Clean Energy Powerhouse, Says World Bank Report

Um novo relatório do Grupo Banco Mundial divulgado hoje destaca que o Brasil está em uma posição favorável para oferecer uma vida melhor para seu povo e, ao mesmo tempo, enfrentar com sucesso a ameaça das mudanças climáticas.

Segundo o Relatório sobre Clima e Desenvolvimento do País para o Brasil, o país pode se tornar uma potência global de energia limpa e salvar a Amazônia com um plano de desenvolvimento que produza mais alimentos em menos terras e proteja melhor as florestas. O Brasil pode impulsionar sua economia e combater as mudanças climáticas com investimentos relativamente modestos em agricultura e combate ao desmatamento, no setor de energia, nas cidades e nos sistemas de transporte.

“Choques climáticos podem empurrar entre 800.000 e 3.000.000 de brasileiros para a extrema pobreza já em 2030. É crucial que o Brasil acelere os investimentos em direção a um caminho de crescimento resiliente e com baixas emissões de carbono”, disse Johannes Zutt, Diretor do Banco Mundial para o Brasil. “Para aproveitar todo o seu potencial, o Brasil precisaria de investimentos líquidos de 0,8% do seu PIB anual a cada ano, até 2030. O Banco Mundial está comprometido em trabalhar junto ao Governo do Brasil para alcançar seus objetivos de desenvolvimento e ações climáticas.”

O relatório destaca que o Brasil já está em uma posição favorável para obter mais energia renovável. Quase metade do suprimento de energia do Brasil, incluindo mais de 80% de sua eletricidade, já provém de fontes renováveis, em comparação com médias mundiais entre 15% e 27%.

A adição de mais energia limpa não seria mais cara para o Brasil do que os planos atuais de expansão da geração de energia a partir de combustíveis fósseis. Um aumento nos investimentos em energias renováveis teria custos iniciais mais altos para geração de energia, transmissão e armazenamento. No entanto, o relatório afirma que esses custos seriam totalmente recuperados por meio de economias nos custos de combustível e operações. Da mesma forma, uma mudança nos setores de transporte e indústria em direção à eletrificação e ao hidrogênio verde, produzido com energia eólica e solar em vez de gás, não aumentaria os custos para a economia.

O relatório diz que o Brasil tem uma grande vantagem competitiva no crescente mercado global de bens e serviços mais sustentáveis. Seu setor privado já é competitivo em vários produtos necessários para a transição longe dos combustíveis fósseis, incluindo aqueles relacionados a turbinas eólicas e peças para motores elétricos e geradores. O Brasil poderia ingressar nos mercados de produtos de energia solar, expandir-se para o hidrogênio verde e lucrar com seus grandes depósitos de minerais relevantes para o clima.

“O setor privado pode e deve desempenhar um papel central na transição da economia brasileira para uma economia mais resiliente e descarbonizada. O engajamento do setor privado será crucial, entre outros aspectos, para financiar a maioria dos investimentos de capital necessários para a ação climática, ajudando a alavancar o financiamento climático e os gastos públicos”, disse Carlos Leiria Pinto, Gerente de País da IFC Brasil. “Mas para isso acontecer, precisamos de um ambiente de negócios favorável e apoio público para atrair investidores privados e acelerar a inovação.”

O relatório destaca ainda que a Amazônia, que está próxima de um ponto de virada com consequências potencialmente drásticas para o povo brasileiro em áreas como agricultura, abastecimento de água urbana, mitigação de enchentes e energia hidrelétrica, pode ser salva com um plano de desenvolvimento que melhor coordene as necessidades da agricultura com a preservação da floresta. Este plano poderia remover os incentivos para a destruição da Amazônia, ao mesmo tempo em que protege empregos e garante a segurança alimentar. Investimentos para aumentar a produtividade agrícola poderiam torná-la mais resiliente e sustentável. Esses investimentos poderiam fornecer assistência técnica e serviços de extensão, incluindo investimentos do setor privado, além de reformas no programa de crédito rural e melhorias na irrigação.

Também será necessário gastar para facilitar a transição dos trabalhadores e proprietários de ativos para setores mais verdes, incluindo compensação pela aposentadoria antecipada de ativos emissores de carbono. Ainda assim, de acordo com o Relatório CCDR para o Brasil, essas necessidades de investimento serão amplamente compensadas por economias econômicas, na forma de redução de gastos com energia ou redução de congestionamento ou poluição do ar.

No geral, os custos econômicos totais do caminho resiliente e de emissões líquidas zero proposto no Relatório CCDR para o Brasil são cerca de 0,5% do PIB, sem considerar os benefícios domésticos e globais da redução dos impactos das mudanças climáticas e os benefícios econômicos e não econômicos da preservação da biodiversidade única e dos serviços ecossistêmicos oferecidos pelas florestas nativas.

Recomendações chave: uma combinação de reformas estruturais, políticas climáticas em toda a economia e medidas setoriais direcionadas

O Relatório CCDR destaca um dos múltiplos caminhos pelos quais o Brasil poderia aproveitar sua posição, alcançando maior resiliência climática e emissões líquidas zero e, com base em um pacote de ações como:

Cumprir a promessa de acabar com o desmatamento ilegal até 2028 (conforme o Código Florestal atual) – cerca de 90% do desmatamento atual é ilegal.

Promover o manejo responsável e o uso sustentável da terra (por meio de áreas protegidas, estabelecimento de territórios indígenas e restauração de pastagens degradadas) e atividades econômicas sustentáveis baseadas em recursos naturais (como ecoturismo e plantações florestais) para aumentar o armazenamento de carbono, removendo cerca de 600 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2e) por ano (“emissões negativas”).

Fortalecer a agricultura inteligente para o clima (agricultura que pode tolerar mudanças climáticas, poluir menos e emitir menos carbono). Prioridades como intensificar a produção pecuária, aumentar a produtividade agrícola e reduzir a exposição dos agricultores aos riscos climáticos podem, ao mesmo tempo, reduzir pela metade as emissões do setor, passando de 500 MtCO2e por ano em 2020 para 250 MtCO2e por ano em 2050.

Aproveitar as vantagens competitivas em energia renovável para se tornar um grande produtor de hidrogênio verde, o que pode acelerar a transição para energia renovável, especialmente nos setores de transporte e indústria, ao mesmo tempo em que diversifica as exportações e atrai investimentos.

Melhorar a eficiência energética, fazer a transição para combustíveis de baixo carbono (especialmente no transporte e na indústria), aumentar o uso de ferrovias e hidrovias em vez de transporte rodoviário e promover o uso de transporte público em vez de veículos pessoais.

Utilizar o planejamento urbano, a gestão urbana, o financiamento e também investir em soluções baseadas na natureza (como criação de espaços verdes, proteção de áreas úmidas e fortalecimento da proteção natural contra enchentes costeiras) e criar um ambiente favorável para cidades verdes e resilientes.

Acelerar reformas para aumentar a produtividade, incluindo a reforma da política comercial, que pode ajudar o Brasil a se integrar às cadeias globais de valor além das commodities.

Implementar intervenções em toda a economia, incluindo mudanças nos incentivos para investidores privados e consumidores com reformas fiscais e de subsídios (incluindo mecanismos de precificação de carbono) de forma que os beneficie e beneficie a sociedade. Isso deve ser acompanhado de medidas para ajudar as pessoas a se adaptarem às mudanças climáticas e apoiar a transição para uma economia de baixo carbono, como recolocação no mercado de trabalho e treinamento de novas habilidades. A promoção de tal resiliência e transição justa inclui investimentos em saúde e educação, bem como apoio relevante em trabalho e proteção social.

O relatório destaca que a implementação dessas medidas exigirá uma forte colaboração entre o governo, o setor privado e a sociedade civil, além de uma abordagem integrada e coordenada para enfrentar os desafios climáticos e promover um desenvolvimento sustentável e resiliente. A promoção de uma economia verde e de baixo carbono não só ajudará a preservar o meio ambiente, mas também criará oportunidades econômicas e sociais significativas para o Brasil e sua população.

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